segunda-feira, 27 de abril de 2009

Vírus da Leucemia Felina (FelV)




É transmitida por um Retrovírus, isto é, vírus que se caracterizam por terem um genoma constituído por RNA simples em vez de DNA. Estes vírus produzem uma enzima, a transcriptase reversa, e através dela realizam uma etapa da invasão celular denominada retrotranscrição, ou seja, têm a capacidade de inserir na célula infectada uma cópia do seu próprio material genético. Por fim os novos retrovírus formados dentro da célula hospedeira (célula que foi infectada) saem dela por um processo lítico (rompendo a célula devido ao grande número de vírus) ou lisogênico (sem romper a célula).
Este tipo de vírus não pode ser combatido devido ao facto de sofrer mutações constantes. Este mesmo tipo de vírus é o causador de uma doença humana cuja cura ainda não foi descoberta, a SIDA, no entanto FelV não é transmitido de gato para humano, pois são específicos para cada tipo de espécie, pertencem apenas á mesma família, retroviridae.

Esta doença impede que o sistema imunitário funcione de forma adequada, isto é, causa uma imunosupressão ou depressão do sistema, tornando o gato mais susceptível a infecções secundárias oportunistas e promove a formação de tumores malignos. Os gatos infectados morrem num período de 2 a 3 anos após infecção.
Foi inicialmente detectado na Escócia, em 1964, em alguns gatis, onde se presenciou uma epidemia do cancro. Mais tarde descobriu-se que muitos dos gatos infectados desenvolviam tumores malignos das células dos linfonodos e da medula óssea. Deprimiam assim a produção de glóbulos brancos e vermelhos, provocando o aparecimento de infecções e anemias. Quando estas células tumorais se encontram no sangue, o cancro designa-se como Leucemia.
No entanto também se podem encontrar tumores em diversos locais do organismo como no fígado, rins, tórax e tracto gastrointestinal.

O vírus é libertado em grande quantidade através da saliva, secreções nasais, urina e fezes de animais infectados. Mordeduras, lambidelas e amamentação também são uma forma de transmissão de gato para gato, e a partilha de comedouros, água e caixa de litter (caixa com pedrinhas ou casa de banho dos gatos).
O vírus não sobrevive durante muito tempo no meio ambiente, provavelmente menos de algumas horas em condições normais.


A sintomatologia é variada devido ao facto de vários sistemas do organismo poderem ser afectados:

  • Perda de apetite e consequente perda de peso;
  • Fraqueza;
  • Febre;
  • Anemia;
  • Doenças imunomediadas;
  • Problemas de reprodução;
  • Doenças Gastrointestinais: Vómito; Diarreia;
  • Problemas Neurológicos: Convulsões; Cegueira; Paralisia; Ataxia; Alterações do comportamento;
  • Aumento dos gânglios linfáticos;
  • Problemas respiratórios e oculares;

Não existe neste momento um tratamento que permita eliminar o FeLV, apenas é possível assegurar os cuidados paliativos de suporte e o controlo das infecções bacterianas secundárias através do uso de antibióticos. Pode também recorrer-se à Quimioterapia para controlar por alguns meses a um ano (ou mais, nalguns casos), os tumores malignos induzidos pela doença.



A infecção pelo FeLV é uma afecção letal para os gatos, que pode ser prontamente prevenida. Todos os animais em risco devem ser vacinados regularmente.



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