sábado, 29 de novembro de 2008

Insuficiência Renal Crónica, em Gatos




A insuficiência renal crónica é a afecção com maior taxa de mortalidade em gatos.
Funções dos rins
Os rins exercem várias funções de manutenção, que são vitais para o estado geral de saúde do gato.

1 Filtram os resíduos para fora da corrente sanguínea e excretam-nos para a urina.
2 Controlam os níveis de electrólitos no sangue (potássio, magnésio, cálcio, o qual regula as contracções do coração, sódio, que regula a quantidade de água no sangue e o fósforo)
3 Controla o pH e o estado de hidratação do animal
4 Produzem substâncias importantes no controlo da pressão arterial
5 Produzem a hormona eritropoietina que estimula a medula óssea a produzir glóbulos vermelhos.

Quando os rins começam a falhar, os sistemas orgânicos do animal começam a fazer ajustes para compensar, por exemplo, o animal começa a beber mais água e a urinar com maior frequência na tentativa de se livrar dos resíduos acumulados na corrente sanguínea.
A acumulação destes resíduos no organismo é tóxico para o animal causando uma urémia.

Causas

A insuficiência renal crónica pode ter uma ou várias causas, mas o factor mais comum que contribui para o aparecimento desta patologia é o processo normal de envelhecimento.
Pode também ser causada pela pressão arterial alta (hipertensão), níveis baixos de potássio, redução do pH do sangue resultando numa acidose metabólica, patologias ao nível da boca e alimentação muito rica em proteínas.
Pode ocorrer em qualquer idade e raça mas na maioria os gatos a partir dos 9 anos são mais afectados. Alguns estudos indicaram algumas raças com maior disposição para esta patologia, raças como o Siamês, Main coon, Persa e o Abissínio.

Sintomas

  • Poliúria (aumento da frequência urinária)
  • Polidpsia (aumento da ingestão de água)
  • Diminuição progressiva do apetite
  • Vómitos
  • Letargia
  • Diarreia
  • Anorexia
  • Mucosas pálidas
  • Úlceras na boca
  • Halitose (mau hálito)
  • Depressão
  • Anemia
  • Um grande problema desta patologia é o facto da sintomatologia só começar aparecer quando aproximadamente 75% do rim já está comprometido.

    Por isso é importante análises sanguíneas anuais, ou mensais, dependendo da raça e idade do animal.

    quarta-feira, 26 de novembro de 2008

    Intoxicação por Paracetamol





    Fármaco com propriedades analgésicas muito usado em medicina humana que tem vários nomes comerciais como o Ben-u-ron, Panasorbe, Panadol ou Tylenol.

    Não deve ser usado NUNCA em gatos


    O paracetamol é metabolizado por proteínas específicas localizadas no fígado (glucuronil transferases e glutationa), e infelizmente o gato tem uma actividade reduzida destas proteínas levando á acumulação de produtos intermediários bastante tóxicos. A ingestão de 50 a 60 mg de paracetamol por kg pode ser fatal. Um gato pesa em média 4kg e por isso se um comprimido de Ben-U-Ron, Panasorbe, Panadol ou Tylenol tem 500mg, basta então meio comprimido para matar um gato adulto ou 1/4 para um gatinho.

    Sintomas

    Os sintomas iniciais de intoxicação incluem vómitos, salivação, descoloração da língua e gengivas, cianose (coloração azulada das mucosas), dificuldades respiratórias, edema da face depressão e temperatura corporal baixa. Cerca de dois dias depois da ingestão de paracetamol, os efeitos nocivos no fígado são bem visíveis, aparecendo a icterícia. Ao contrário do que acontece nos seres humanos, os gatos não morrem pela hepatotoxicidade do paracetamol, mas sim porque em vez da formação de metahemoglobina, aparecem os corpos de Heinz nos glóbulos vermelhos, impedindo o aporte de oxigénio às células, acabando por aparecer a hipóxia, o que justifica a coloração azulada das mucosas. O tratamento pode ser possível para doses pequenas, mas deve ser extremamente rápido.


    Nunca auto medique o seu animal... basta um simples telefonema para um hospital/clinica veterinária antes de fazer seja o que for.

    Intoxicação por chocolate





    Muitos donos de animais não sabem que o chocolate é altamente tóxico para os cães devido às características metabólicas destes ser diferente das dos humanos.


    O chocolate é feito de frutos da planta de cacau, que contem um alcalóide, a teobromina, que é usado normalmente como diurético, estimulante cardíaco ou vasodilatador. Os cães não eliminam rapidamente do seu organismo esta substância, desta forma as quantidades acumulados no organismo tornam-se tóxicas.
    A dose a partir da qual esta substância é considerada tóxica é de 100mg/Kg, podendo ser fatal a partir dos 200 mg/Kg. No entanto vai variar consoante o tipo de chocolate e o tamanho do animal, ou seja, nem todos os chocolates contém a mesma quantidade deste alcalóide, sendo os chocolates pretos de culinária os mais ricos nesta substância, contendo cerca de 15 a 20 mg/g.
    Como exemplo, um Pinsher com cerca de 2 a 3 kg, teria de comer apenas uma pequena porção de chocolate para evidenciar potenciais sinais de envenenamento. Mesmo o Retriever do Labrador poderia sofrer graves complicações se ingerisse 200 g de chocolate de culinária. Já o chocolate branco, maioritariamente feito de manteiga de cacau, é dos que contém menores concentrações de teobromina.

    Sinais clínicos
    A teobromina afecta os sistema nervoso central, sistema nervoso periférico e o sistema cardiovascular, possuindo também efeitos diuréticos. Os sinais clínicos resultantes da intoxicação por teobromina incluem excitação e nervosismo, vómitos e diarreia, beber muita água, aumento frequência cardíaca, aumento frequência urinária e tremores musculares.
    Um dos problemas com envenenamento por chocolate é que os sinais demoram a surgir frequentemente por mais de 12 horas, o que dificulta um pouco o diagnóstico.
    Como tratamento pode-se induzir o vómito na tentativa de eliminar conteúdo alimentar que ainda esteja presente no estômago, fluidoterapia para prevenir a desidratação, medicamentos anti-convulsivo e medicação cardíaca para pacientes que manifestem sintomas cardíacos, como um batimento cardíaco irregular.

    Se suspeitar que o seu animal ingeriu chocolate dirija-se ao seu médico veterinário, o animal deverá ficar sobre observação pelo menos durante 24 horas, mesmo que não apresentem sinais clínicos.

    Não se deve auto medicar o seu animal.

    quarta-feira, 19 de novembro de 2008

    Nutrição da Chinchila



    Tendo em conta que nos últimos anos os pequenos mamíferos, como a chinchila, alcançaram uma elevada popularidade como animais de companhia, é importante conhecer as suas necessidades alimentares para lhes proporcionar uma boa qualidade de vida.
    São vários os factores a ter em conta quando se ajusta uma dieta ás necessidades de um animal, tais como, espécie, a dieta habitual quando estão em liberdade, as necessidades nutricionais segundo o estado fisiológico, morfologia e a fisiologia do tracto digestivo e, incluindo ainda o comportamento.
    Nesta mensagem vamos centrar-nos na dieta em liberdade, o tracto digestivo e o comportamento das chinchilas.
    A chinchila é um roedor classificado dentro do grupo dos animais herbívoros devido aos alimentos que consome. A informação existente acerca da sua dieta em liberdade é bastante escassa e pouco precisa, segundo alguns arquivos alimenta-se de frutas, folhas silvestres, ervas, arbustos, raízes, talos e esporadicamente de insectos e invertebrados que se encontram nas mesmas plantas que se alimentam. No entanto existem alguns aspectos nutricionais particulares da chinchila baseados em estudos e experiencias:

    1 Deve conter mais vitaminas A e E do que a de outros roedores.

    2 Requer uma elevada percentagem de fibras.

    3 Os ácidos gordos essenciais como o Ácido Linoléico e o Zinco ajuda-os a manter a pelagem em boas condições.

    4 Não necessita um aporte dietético de vitaminas C, pois a chinchila é capaz de sintetizá-la, ao contrário de outras espécies.


    Importância da fibra:
    A fibra tem a função de manter o sistema digestivo em boas condições, pois uma dieta baixa em fibra provoca mudanças no pH, na motilidade e a flora intestinal, podendo desenvolver enterite. Outra função da fibra é o controlo do crescimento dos dentes incisivos. O crescimento descomedido destes dentes pode provocar malformações e dores que impediram o animal de se alimentar com normalidade e conduz a uma má nutrição e consequente anorexia.
    Actualmente existem no mercado alguns produtos comerciais para chinchilas. A ração deve estar formulada especialmente para chinchilas e deve aportar 18 – 20 % de proteínas, 15 – 30% de fibra e 4 % de gorduras.

    Outros alimentos:

    Outros alimentos como a fruta seca e vegetais podem ser oferecidos esporadicamente, tendo sempre em conta que a quantidade oferecida não deve superar 10 % na totalidade da dieta. Podem ser oferecidos brócolos, nozes, folha do alho francês, passas de uvas, maça…

    Os animais não têm a capacidade de seleccionar uma dieta equilibrada, por isso é importante determinar as quantidades que se oferecem ao animal por dia, visto que a sobrealimentação permitirá ao animal seleccionar a sua própria dieta. Esta selecção pode levar a deficiências e excessos e provocar outros transtornos como a gastroenterite.


    Comportamento
    O comportamento alimentar tem um papel muito importante no bem-estar do animal. Se as necessidades não nutritivas não estão cobertas, ou seja, as necessidades não relacionadas com os nutrientes em si mas sim com as condutas próprias na procura do alimento, o animal pode manifestar comportamentos não desejados, como arrancar o pêlo e os bigodes do companheiro da gaiola. Pode-se esconder parte da dieta na gaiola do animal para que este dedique mais tempo á procura do alimento. O tamanho da ração ou do granulado também é um factor importante pois a chinchila gosta de pegar e manipular o alimento com as extremidades dianteiras.


    Conclusão
    Devido ao facto das chinchilas em cativeiro não serem capazes de seleccionar uma dieta equilibrada é responsabilidade do proprietário do animal proporcionar-lhe uma dieta adequada. Esta deverá basear-se numa ração comercial para chinchilas e um feno de boa qualidade.