
Tendo em conta que nos últimos anos os pequenos mamíferos, como a chinchila, alcançaram uma elevada popularidade como animais de companhia, é importante conhecer as suas necessidades alimentares para lhes proporcionar uma boa qualidade de vida.
São vários os factores a ter em conta quando se ajusta uma dieta ás necessidades de um animal, tais como, espécie, a dieta habitual quando estão em liberdade, as necessidades nutricionais segundo o estado fisiológico, morfologia e a fisiologia do tracto digestivo e, incluindo ainda o comportamento.
Nesta mensagem vamos centrar-nos na dieta em liberdade, o tracto digestivo e o comportamento das chinchilas.
A chinchila é um roedor classificado dentro do grupo dos animais herbívoros devido aos alimentos que consome. A informação existente acerca da sua dieta em liberdade é bastante escassa e pouco precisa, segundo alguns arquivos alimenta-se de frutas, folhas silvestres, ervas, arbustos, raízes, talos e esporadicamente de insectos e invertebrados que se encontram nas mesmas plantas que se alimentam. No entanto existem alguns aspectos nutricionais particulares da chinchila baseados em estudos e experiencias:
1 Deve conter mais vitaminas A e E do que a de outros roedores.
2 Requer uma elevada percentagem de fibras.
3 Os ácidos gordos essenciais como o Ácido Linoléico e o Zinco ajuda-os a manter a pelagem em boas condições.
4 Não necessita um aporte dietético de vitaminas C, pois a chinchila é capaz de sintetizá-la, ao contrário de outras espécies.
Importância da fibra:
A fibra tem a função de manter o sistema digestivo em boas condições, pois uma dieta baixa em fibra provoca mudanças no pH, na motilidade e a flora intestinal, podendo desenvolver enterite. Outra função da fibra é o controlo do crescimento dos dentes incisivos. O crescimento descomedido destes dentes pode provocar malformações e dores que impediram o animal de se alimentar com normalidade e conduz a uma má nutrição e consequente anorexia.
Actualmente existem no mercado alguns produtos comerciais para chinchilas. A ração deve estar formulada especialmente para chinchilas e deve aportar 18 – 20 % de proteínas, 15 – 30% de fibra e 4 % de gorduras.
Outros alimentos:
Outros alimentos como a fruta seca e vegetais podem ser oferecidos esporadicamente, tendo sempre em conta que a quantidade oferecida não deve superar 10 % na totalidade da dieta. Podem ser oferecidos brócolos, nozes, folha do alho francês, passas de uvas, maça…
Os animais não têm a capacidade de seleccionar uma dieta equilibrada, por isso é importante determinar as quantidades que se oferecem ao animal por dia, visto que a sobrealimentação permitirá ao animal seleccionar a sua própria dieta. Esta selecção pode levar a deficiências e excessos e provocar outros transtornos como a gastroenterite.
Comportamento
O comportamento alimentar tem um papel muito importante no bem-estar do animal. Se as necessidades não nutritivas não estão cobertas, ou seja, as necessidades não relacionadas com os nutrientes em si mas sim com as condutas próprias na procura do alimento, o animal pode manifestar comportamentos não desejados, como arrancar o pêlo e os bigodes do companheiro da gaiola. Pode-se esconder parte da dieta na gaiola do animal para que este dedique mais tempo á procura do alimento. O tamanho da ração ou do granulado também é um factor importante pois a chinchila gosta de pegar e manipular o alimento com as extremidades dianteiras.
Conclusão 
Devido ao facto das chinchilas em cativeiro não serem capazes de seleccionar uma dieta equilibrada é responsabilidade do proprietário do animal proporcionar-lhe uma dieta adequada. Esta deverá basear-se numa ração comercial para chinchilas e um feno de boa qualidade.