Coprofagia é o termo usado para descrever o comportamento de ingestão de fezes. É referido como um problema comportamental dos cães. Pode-se tornar num comportamento de risco quando o animal ingere as fezes de outro animal/espécie, desta maneira pode contrair doenças transmitidas através das fezes. Para além deste risco é um comportamento desagradável e muito comum.
A coprofagia pode ser classificada em dois grandes grupos:
Pelo tipo de fezes ingeridas:
- Cães que comem fezes de herbívoros: Comportamento comum de ser observado em carnívoros silvestres. Este tipo de fezes, como por exemplo, fezes de cavalo, é uma fonte de produtos de digestão microbiológica além de fornecerem nutrientes aos cães;
- Cães que comem fezes de gato;
- Cadelas que comem fezes dos cachorros recém-nascidos – comportamento normal;
- Cães que comem as próprias fezes;
- Cães que comem fezes de cães adultos;
- Cães que comem fezes humanas;
- Casos mistos.
Pelas causas:
Várias são as hipóteses sugeridas como causas da coprofagia, no entanto, não há respostas definitivas. A razão para uma não definição deste problema é a variabilidade (causas multifatoriais) das situações que predispõem um animal a este comportamento. As principais causas são:
- Comportamentais:
1. A cadela que come as fezes dos cachorros fá-lo para manter a zona limpa;
2. Cães mantidos em canis públicos ou abrigos particulares parecem exibir mais frequentemente este comportamento.
3. Punições excessivas e/ou mal aplicadas relacionadas a eliminações do cão podem levá-lo a comer fezes como forma de evitar a punição;
4. Ansiedade de separação;
5. Pode ser uma imitação do comportamento do dono, quando limpa as fezes.
- Metabólicas:
1. Deficiência alimentar: qualquer situação de insuficiência no fornecimento de nutrientes poderia determinar este comportamento. Estudos indicam que, de maneira geral, fezes podem ser fontes de enzimas digestivas, proteínas, gorduras e vitaminas do complexo B;
- Patológicas
1. Insuficiência pancreatica exocrina;
2. Doença inflamatória intestinal;
3. Sobrecrescimento bacteriano intestinal;
4. Megaesófago e/ou estenose esofágica;
5. Parasitas intestinais;
6. Hipertiroidismo;
7. Diabetes mellitus;
8. Hiperadrenocorticismo;
9. Devido a certos medicamentos (glucocorticoides, Fenobarbital... etc).
Sintomatologia
- Halitose;
- Diarreia;
- Vómito;
- Flatulência;
- Perda de peso.
Diagnóstico
O diagnóstico é baseado na história do dono. Deve-se distinguir se é uma causa comportamental ou médica. Uma avaliação completa da dieta do animal, do ambiente, do apetite, e de movimentação é essencial. Um exame físico completo é necessária para avaliar doenças subjacentes.
Tratamento
O tratamento varia dependendo se a causa é médico ou comportamental.
- Tratamento de qualquer endocrinopatia, doenças gastrointestinais, distúrbios pancreáticos, e retirar qualquer droga que possa causar polifagia (fome excessiva). ;
- Corrigir eventuais deficiências dietéticas;
- Comportamentais: pode-se tratar de diversas formas: pode-se reduzir o acesso às fezes pela rápida eliminação; passear os cães com trela para facilitar a remoção da proximidade das fezes. Oferecer um alimento de recompensa ao cão quando ele defeca, assim é de esperar que, em vez de procurar pelas fezes procura por comida.
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