GOLPE DE CALOR
A morte relacionada com o calor é uma situação completamente evitável e trágica para os animais de estimação.Não há estatísticas sobre quantos cães morrem todos os anos de exposição ao calor, pois a maioria dos casos não são notificados. Mas as estimativas são de centenas de animais de estimação.
Com a chegada do calor as pessoas sentem-se mais tentadas a passear ao ar livre e a ir à praia ou campo com os seus animais. Aproveitam para os exercitar até porque há mais tempo livre e a temperatura é mais apelativa, no entanto, existem cuidados especiais a ter em atenção, para que o seu animal não faça parte das estimativas.
Quando a temperatura exterior é superior à temperatura corporal nem mesmo uma respiração ofegante consegue manter a temperatura corporal normal. O cão atinge temperaturas elevadas (acima dos 39ºC) mas não está relacionada a febre, a esta condição dá-se o nome de golpe de calor. Um golpe de calor pode conduzir à disfunção de múltiplos órgãos e à morte.
Os cães com golpe de calor começam a ficar inquietos e desconfortáveis à medida que a temperatura deles aumenta. Começam a ter dificuldade em respirar e ficam fracos. Neste momento a morte pode ocorrer em minutos, a não ser que o animal receba assistência médica imediata. Infelizmente os donos não se apercebem dos sinais de golpe de calor até ser tarde demais.
Na maioria das vezes, o golpe de calor acontece aos cães nos dias mais quentes. É mais comum em cães velhos, e em cachorros que são propensos ao excesso de exercício. Raças Braquicefálicas, animais obesos, cães de pêlo longo e/ou grosso, cães que são pretos ou de cor escura também têm predisposição. Cães com hipertiroidismo, doença cardíaca, doença pulmonar têm um risco elevado.
- Inquietação ou agitação sem motivo aparente;
- Latir ou vocalizar;
- Ofegante;
- Espuma na boca;
- Salivação excessiva (hipersalivação);
- Dificuldade para respirar (dificuldade respiratória; dispnéia);
- Elevação da freqüência cardíaca (taquicardia);
- Gengivas secas e vermelhas;
- Vômitos;
- Diarreia (pode ser sanguinolenta);
- Confusão, desorientação;
- Falta de coordenação (ataxia);
- Letargia, apatia;
- Fraqueza;
- Decúbito (cão se deita e é difícil de acordar);
- Convulsões;
- Tremores musculares descontrolados;
- Colapso
- Coma
Eles nunca devem ser deixados num carro com as janelas fechadas ou entreabertas, mesmo se o carro está estacionado na sombra e mesmo que seja apenas por uns minutos.
Durante uma viagem deve manter as janelas abertas para haver circulação de ar ou manter o ar condicionado ligado. Mesmo com estes cuidados deve ser sempre feita algumas paragens durante a viagem para fornecer água fresca ao seu animal de estimação.
Nenhum cão deve praticar exercício tenazmente nas horas de maior calor.
Cães com doença respiratória preexistente ou problemas respiratórios devem ser mantidos dentro de casa com um ambiente fresco.
O choque térmico pode matar um cão num período muito curto de tempo, se não for tratado agressivamente. Os objetivos do tratamento são estabelecer uma via aérea aberta e fornecer oxigênio para melhorar a troca gasosa e permitir a dissipação adicional de calor, resfriar o cão, baixar a temperatura do corpo para o intervalo normal e identificar e resolver a causas de sobreaquecimento.
Uma série de condições potencialmente perigosos podem ocorrer após golpe de calor, incluindo anomalias cardíacas, insuficiência renal, insuficiência hepática, problemas na medula óssea, edema de laringe, edema cerebral, coagulação intravascular disseminada (DIC), convulsões e sangramento espontâneo, entre outros. Estes podem acontecer a partir de horas ou dias após o evento inicial. Os pacientes devem ser monitorizados o tempo todo durante os primeiros dias após o processo de esfriamento. Mais uma vez, o reconhecimento precoce e tratamento agressivo de golpe de calor são essenciais para um resultado bem-sucedido.
O prognóstico é altamente variável dependendo da rapidez com que a condição é tratada. Os cães que recuperaram de golpe de calor costumam sofrer efeitos colaterais a longo prazo. No entanto, quando um cão desenvolve sinais neurológicos, como convulsões ou coma, o prognóstico é muito mais reservado.